Warszawa 2017, s. 458.
No panorama dos movimentos migratórios da Europa para a América Latina, um lugar de relevo, embora numericamente não o mais significativo, cabe aos imigrantes poloneses, cuja emigração foi, em termos numéricos, inferior à proveniente da Itália, de Portugal, da Espanha e da Alemanha. Entretanto as causas que provocaram a emigração têm sido as mesmas em todos esses países: a pobreza, o superpovoamento das aldeias, o insu% ciente desenvolvimento industrial. No caso da Polônia, a emigração foi ainda influenciada pela conturbada história desse país, com destaque para o imperialismo da Prússia, da Rússia e da Áustria, que, em 1795, após três consecutivas partilhas, apagaram a Polônia, durante 123 anos, do mapa político da Europa. A reconquista da independência, em 1918, foi antecedida por uma série de levantes malsucedidos, e seus combatentes, com receio das inevitáveis represálias por parte dos invasores, optavam pela emigração. A crise econômica e o consequente agravamento do quadro social do país na segunda metade do século XIX e no início do século XX aumentaram o número de emigrantes, que decidiram procurar em outras terras melhores condições de vida. A completar este quadro, temos, por fim, as duas Guerras Mundiais, que causaram o exílio de novas gerações de poloneses à procura de um lugar ao sol.